atletico-mg x internacional 2-11-2025

Crônica: Atlético-MG sobrevive ao caos da arbitragem e arranca ponto de ouro no Beira-Rio

O Atlético-MG não venceu, mas sobreviveu — e isso, no contexto do Beira-Rio, já vale como um triunfo. Em um jogo truncado, repleto de polêmicas e com o árbitro Alex Gomes Stefano em modo “protagonista”, o Galo empatou 0 a 0 com o Internacional e voltou para Belo Horizonte com um ponto valioso e a certeza de que Everson é, hoje, um dos maiores goleiros do país.


⚖️ Quando o VAR vira personagem principal

O jogo começou equilibrado, mas rapidamente virou um festival de intervenções do VAR — três, para ser exato.
Primeiro, a expulsão de Vitor Hugo por um carrinho em Borré: o zagueiro acerta a bola, mas o replay convenceu o árbitro a mostrar o vermelho. Depois, um pênalti para o Atlético foi anulado após nova consulta.
E, pra completar, o Inter também teve um vermelho revertido, quando Alan Patrick acertou Alonso, mas escapou após revisão.

Foi o tipo de partida em que o torcedor do Galo deve ter pensado: “tem mais árbitro do que jogador em campo”.

Sampaoli, que nunca foi de engolir desaforo calado, perdeu a paciência, chamou o show da arbitragem de “vergonha” e foi expulso aos 35 minutos do primeiro tempo.
Na súmula, o juiz ainda disse ter se sentido “ofendido” — o que é curioso, vindo de quem distribuiu cartões como se fossem panfletos de pizzaria.


🧠 Sampaoli troca tudo e o time se fecha

Com um a menos, o técnico argentino foi obrigado a desmontar o que já estava improvisado.
Dudu saiu para a entrada de Ruan Tressoldi, e o Galo montou uma muralha de cinco defensores, com direito a Caio Paulista e Natanael ajudando nas laterais.

A estratégia foi clara: sobreviver.
E, com Everson em noite inspirada, deu certo.
O goleiro defendeu cabeçadas, chutes cruzados e até o ego dos zagueiros, que respiravam aliviados a cada defesa sua.

Enquanto isso, o ataque se resumia a lampejos de Rony e tentativas tímidas de Bernard e Reinier, que entraram para correr atrás da bola — literalmente.


🧤 Everson: o muro do Beira-Rio

Se o Atlético trouxe um ponto na bagagem, deve erguer um monumento para Everson.
O goleiro fez pelo menos quatro defesas decisivas, uma delas à queima-roupa em chute de Bruno Tapa, outra no reflexo contra Alan Patrick, além de um toque providencial que desviou uma bola na trave.

Foi o tipo de atuação que garante manchete e silêncio no vestiário: ninguém ousa falar mais alto que o goleiro quando ele salva o time desse jeito.


😤 Arbitragem sob fogo e desabafo do Galo

O Atlético saiu do Beira-Rio furioso.
Na nota oficial divulgada após o jogo, o clube classificou a atuação da arbitragem como “inadmissível” e cobrou mudanças drásticas na condução dos jogos da Série A.
Segundo o Galo, o confronto foi “condicionado por erros que fugiram ao controle da partida”.

E não dá pra discordar.
O árbitro Stefano foi mais lembrado que qualquer jogador — e isso, num jogo de futebol, nunca é bom sinal.


💪 Um ponto que vale mais do que parece

No fim das contas, o empate sem gols tem sabor de resistência.
Com um a menos por mais de 70 minutos, o Atlético mostrou organização, entrega e maturidade, características que vinham sumindo nas últimas rodadas.
O ponto conquistado mantém o time longe do Z-4 e dá fôlego antes da reta final do Brasileirão.

Sampaoli, mesmo expulso, deve ter gostado do que viu:
um time que, sem brilho, soube sofrer, se fechar com inteligência e calar o Beira-Rio — coisa que nem todo mundo consegue fazer.


🐓 Conclusão

O Atlético-MG jogou contra o Inter, contra o VAR, contra o árbitro e até contra a própria ansiedade.
E, no fim, saiu de campo com um empate que vale como vitória moral.

O futebol foi feio, o jogo foi confuso, mas a lição é clara:
quando o Galo decide lutar, ele não ganha bonito — ganha sobrevivendo.