Segunda-feira, 11h da manhã. O país inteiro na sua labuta: um pagando o pão na padaria, outro mandando aquele troco pro amigo que cobriu a cerveja no fim de semana, e claro, o estagiário correndo pra pagar o aluguel atrasado. E de repente — pá! — o Pix some do mapa.
Foi como desligar o oxigênio do brasileiro moderno. Cartão? Débito? Dinheiro vivo? Ora, por favor. A gente já desaprendeu a andar com nota no bolso. Pix é religião, é vício, é reflexo automático. Se o mundo acaba, a primeira coisa que a gente tenta é “manda chave, eu transfiro”.
Mas hoje, não. Hoje, o Banco Central resolveu brincar de “segunda-feira sem emoção é perda de tempo”. Travou geral. Itaú, Bradesco, Nubank, Santander, Mercado Pago… ninguém escapou. O país inteiro olhando pra tela do celular com aquela mensagem: “Erro na transação, tente novamente mais tarde”.
E aí, claro, o caos. Casais brigando no caixa do restaurante porque um jurava que tinha enviado, o outro jurava que não recebeu. Motorista de aplicativo pedindo comprovante por escrito. E a fila da farmácia travada porque ninguém tinha troco pra R$ 200 em pastilha Valda.
O Banco Central, calmo como sempre, mandou uma notinha: “tivemos instabilidade no mecanismo de consulta às chaves”. Ah, tá. Traduzindo: o Brasil inteiro ficou sem pagar a conta porque o servidor resolveu tirar uma soneca.
Mas olha, se serve de aprendizado, essa segunda-feira nos provou uma coisa: o brasileiro não vive sem Pix. É como futebol sem grito de gol, churrasco sem farofa ou novela sem vilã. Um Brasil sem Pix não é Brasil.
A instabilidade passou em pouco mais de uma hora, mas o trauma vai ficar. Se já tinha gente que guardava dinheiro embaixo do colchão por desconfiança, depois de hoje pode anotar: o travesseiro vai voltar a estufar.
Porque uma coisa é certa: no país da gambiarra, a gente até aceita aumento da Netflix, fila no SUS e goleiro falhando na final. Mas ficar sem Pix? Aí, meu amigo, é pedir revolução.

