Presidentes de Brasil e EUA indicam trégua comercial: equipes já iniciaram conversas para reverter tarifas e sanções. Lula ainda propôs ser interlocutor com a Venezuela.
Em um encontro inédito e simbólico realizado na Malásia neste domingo (26), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump abriram caminho para um possível acordo entre Brasil e Estados Unidos. A reunião durou cerca de 45 minutos e terminou com o compromisso de iniciar, de forma imediata, negociações para reverter tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros e as sanções aplicadas a autoridades do país.
“Tivemos uma reunião franca e construtiva. Nossas equipes começam a trabalhar agora mesmo para buscar soluções”, disse Lula após o encontro.
Por que esse encontro é importante?
A reunião marca uma possível virada na relação entre os dois países após semanas de tensão provocadas por:
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Tarifas de importação aplicadas pelos EUA a produtos brasileiros;
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Sanções a autoridades brasileiras ligadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro;
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Crescimento da pressão diplomática e comercial nos últimos meses.
O que foi discutido?
Segundo o governo brasileiro e relatos da imprensa:
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Trump sinalizou vontade de fechar acordos comerciais com o Brasil;
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Lula propôs um cronograma de negociações técnicas para tratar da questão tarifária;
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Foi acordada uma reunião ainda neste domingo entre diplomatas e representantes comerciais dos dois países;
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Lula pediu a revogação das sanções aplicadas a autoridades brasileiras e reafirmou que o julgamento de Bolsonaro seguiu o devido processo legal;
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Ambos sinalizaram desejo de visitas oficiais mútuas entre Brasil e Estados Unidos.
Quem participou da negociação?
Na agenda diplomática pós-encontro, representantes brasileiros vão se reunir com três autoridades do alto escalão dos EUA:
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Howard Lutnick – Representante Comercial dos EUA
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Scott Bessent – Secretário do Tesouro
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Marco Rubio – Secretário de Estado
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, classificou o encontro como “muito positivo” e disse esperar um acordo em poucas semanas.
Trump: “Vamos fazer bons acordos”
Ao lado de Lula, Trump falou brevemente com jornalistas e mostrou disposição para o diálogo:
“Nós nos conhecemos, sabemos o que cada um quer. Provavelmente faremos bons acordos.”
Questionado sobre Bolsonaro, Trump disse apenas que “se sente mal pelo que ele passou”, mas não respondeu se esse tema seria discutido com profundidade.
Lula propõe diálogo entre EUA e Venezuela
Lula também aproveitou a reunião para oferecer o Brasil como intermediador entre os EUA e a Venezuela, que têm escalado tensões na região.
“A América do Sul é uma zona de paz. O Brasil está disposto a ajudar na mediação com a Venezuela, como já fez no passado”, disse Lula segundo o chanceler.
Próximos passos
As equipes técnicas de Brasil e EUA devem iniciar negociações formais já neste domingo, com o objetivo de:
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Reduzir ou suspender tarifas de importação impostas a produtos brasileiros;
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Rever sanções aplicadas a autoridades brasileiras;
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Estabelecer um novo canal diplomático mais direto e pragmático entre os países.
O que esperar?
A sinalização de Trump em relação ao Brasil parece positiva. Segundo Mauro Vieira, a expectativa é de que as tarifas comecem a ser revistas ainda em 2025, com possível anúncio de um acordo parcial nas próximas semanas.
Já a questão das sanções pode depender de articulação política interna dos EUA — especialmente se envolver o judiciário ou o Congresso americano.
Conclusão
Mesmo com diferenças ideológicas e um histórico de embates indiretos, Lula e Trump abriram espaço para uma trégua diplomática e econômica. A conversa na Malásia, embora breve, pode representar um novo capítulo nas relações entre os dois países — com potenciais impactos bilionários para a balança comercial brasileira.
Agora, resta acompanhar se a boa vontade se traduzirá em acordos concretos.

