Grupo de ataque liderado pelo USS Gerald Ford reforça tensão militar entre os governos Trump e Maduro; operações dos EUA miram cartéis de drogas e ampliam risco de confronto armado.
O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, enviou nesta sexta-feira (24) um poderoso grupo de ataque ao mar do Caribe, liderado pelo porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior e mais avançado do mundo. A medida representa uma nova escalada nas tensões com o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.
A ordem foi dada pelo secretário de Guerra Pete Hegseth e inclui a mobilização de:
-
Porta-aviões USS Gerald Ford
-
Três destróieres (USS Mahan, Bainbridge e Winston Churchill)
-
Três esquadrões de caças F-18
-
Dois esquadrões de helicópteros MH-60
Segundo o Pentágono, o reforço militar ampliará a capacidade de monitoramento e combate a “ameaças à segurança no Hemisfério Ocidental”.
Pressão sobre a Venezuela e acusação de terrorismo
Desde agosto, os EUA intensificaram a retórica contra o governo venezuelano, classificando cartéis de drogas sul-americanos como organizações terroristas e acusando Nicolás Maduro de liderar o Cartel de Los Soles. A recompensa por sua captura foi dobrada para US$ 50 milhões.
Embora Trump afirme que os ataques são direcionados ao narcotráfico, analistas apontam que a movimentação pode servir como justificativa para uma ação militar direta contra o governo venezuelano.
Maduro reage e pede paz: “No crazy war, please”
Em resposta, Maduro afirmou que não deseja guerra com os EUA e fez um apelo direto a Trump:
“No crazy war. A Venezuela quer paz.”
O presidente venezuelano também afirmou que agentes da CIA já estariam atuando em território nacional, realizando operações de inteligência contra o chavismo.
O poder do USS Gerald Ford
Comissionado em 2017, o USS Gerald Ford é o maior porta-aviões já construído. Ele pode transportar até 90 aeronaves e conta com tecnologia de ponta em decolagem, pouso e defesa. Sua presença no Caribe simboliza um marco militar e uma demonstração clara de força por parte dos EUA.
O navio foi visto recentemente próximo à Croácia, o que indica que sua chegada ao Caribe deve acontecer nos próximos dias.
Caminho para um confronto?
A escalada de tensões inclui episódios como o bombardeio de barcos venezuelanos em águas internacionais, sanções contra líderes aliados de Maduro (como o presidente colombiano Gustavo Petro), e ameaças de ataques terrestres a cartéis de drogas.
Trump afirmou que “não precisa pedir autorização ao Congresso” para ações militares e declarou:
“Vamos apenas matar as pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país.”
O secretário Pete Hegseth reforçou o tom agressivo:
“Vamos caçar e eliminar os terroristas do narcotráfico como fizemos com a Al-Qaeda.”
Contexto geopolítico
Apesar da justificativa oficial focar no combate ao narcotráfico, o Relatório Mundial sobre Drogas 2025 da ONU aponta que o principal responsável por overdoses nos EUA — o fentanil — vem do México, não da Venezuela.
A presença massiva de forças americanas no Caribe, portanto, levanta questionamentos sobre os verdadeiros objetivos da operação.
Riscos e consequências
Especialistas alertam que uma eventual ação militar direta contra a Venezuela pode provocar instabilidade regional, impactos econômicos e uma crise humanitária de grandes proporções.

