Era uma vez uma promessa: “ChatGPT vai pensar por você!”. E você, esperto e sedento por eficiência, entregou sua inteligência de bandeja. Em poucos cliques, fez parecer que descobrir dor de cabeça era opcional: “Pergunte ao chat”, dizem. Agora vemos que algumas cabeçadas doem de outro jeito: na nossa própria capacidade de criar, refletir e memorizar.
Um artigo recente do Tilt/UOL revisita a polêmica que Nicholas Carr levantou em 2008: “O Google está nos deixando estúpidos?” Agora o inimigo é mais sofisticado — e talvez pior: o ChatGPT. Ele não só busca respostas; ele as inventa, analisa e sintetiza. 🎨 Resumo bonito, zero esforço. Mas a que custo?
Efeito Dunning‑Kruger mode: ON
Pesquisa após pesquisa, especialistas alertam: quando a gente usa a IA para pensar por nós, estamos atrofia do pensamento crítico. Menos reflexão. Menos dúvidas existenciais. Mais confiança vazia de quem não sabe o que não sabe — aquilo que o famoso efeito Dunning‑Kruger descreve tão bem.
Imagine uma sociedade onde o professor não corrige mais. Ele delega a correção para um software enquanto os alunos sorriem confiantes: “O GPT fez tudo certo.” Só esquece de conferir se o GPT não inventou, alucinou ou plagiarizou.
Memorizar é ultrapassado, basta pedir:
Por que decorar fórmulas, citar autores, aprender filosofias, se você pode “já perguntou ao ChatGPT”? Simples. Mas e quando a IA falha? Ah, ela cria: fala com segurança algo completamente errado, irreferente ao mundo real. Resultado? Respostas plausíveis com 0% de verdade confirmada. É uma alucinação digital, estilo IA, mas vestida de sabedoria convincente.
O dilema final:
A IA pode ser uma parceira brilhante — mas só se você usar com sabedoria. Ela deve ampliar sua inteligência, não substituí-la. Use a ferramenta, não abdique da mente. O perigo não está na tecnologia em si, mas no quanto você se acostuma a desligar o próprio raciocínio.
Então, se o ChatGPT te deixar preguiçoso demais para pensar, lembre-se: esse descarte cognitivo é que está nos deixando… você sabe. Afinal, a questão não é se a IA nos torna estúpidos. A questão é como nós a usamos.É aí que mora a diferença entre ser influenciado ou ser dominado.