Privatização da Eletrobras começa a render frutos para quem apostou nos Fundos Mútuos com FGTS. Veja se ainda vale investir.
Como funciona o FMP da Eletrobras com FGTS?
Em junho de 2022, durante a privatização da Eletrobras, o governo liberou que trabalhadores brasileiros usassem até 50% do saldo do FGTS para aplicar nos chamados Fundos Mútuos de Privatização (FMPs), atrelados às ações da empresa (ELET3).
A promessa era simples: transformar uma reserva de baixa rentabilidade (FGTS tradicional: TR + 3% ao ano) em um investimento com potencial de crescimento — acompanhando o desempenho da maior empresa de energia elétrica da América Latina.
FGTS x FMP Eletrobras: quem rendeu mais?
Nos primeiros dois anos, muitos investidores se frustraram. O FMP amargou volatilidade e ficou abaixo do CDI e do Ibovespa. Mas entre setembro de 2024 e setembro de 2025, o jogo virou:
Indicador | Rentabilidade 12 meses |
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FMP Eletrobras (XP) | +23,65% |
CDI | +13,08% |
Ibovespa | +6,74% |
FGTS tradicional (TR + 3% a.a.) | Aproximadamente 7,3% |
Fonte: Mais Retorno / Elaboração: Rodrigo Paz
E no longo prazo: ainda compensa?
Analisando o desempenho desde a privatização até setembro de 2025, o cenário ainda é liderado por aplicações conservadoras:
Indicador | Rentabilidade acumulada |
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CDI | +47,44% |
Ibovespa | +41,15% |
FMP Eletrobras (XP) | +25,73% |
FGTS tradicional | Cerca de +21,5% |
Ou seja: quem deixou o dinheiro no FGTS teve mais previsibilidade, mas perdeu a chance de ganhos maiores. Já os investidores do FMP enfrentaram perdas e incertezas no início, mas agora colhem frutos — e podem colher mais, se a valorização continuar.
Ações da Eletrobras (ELET3): ainda têm fôlego?
Sim. A ação subiu mais de 50% só em 2025, impulsionada por perspectivas de melhora na gestão, corte de custos e aumento da eficiência.
Na análise técnica:
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Alta de 5 semanas seguidas
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Topo histórico renovado
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Papéis acima das médias móveis de 9 e 21 períodos
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Resistência projetada: R$ 52,60 / R$ 54,00 / R$ 55,44
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IFR (índice de força relativa): 77,21 → sinal de sobrecompra
Ou seja: o cenário é positivo, mas uma correção técnica pode ocorrer a curto prazo. Ainda assim, a tendência principal segue altista.
Vale a pena investir em FMP da Eletrobras agora?
Depende do seu perfil. Eis um resumo rápido:
✅ Para quem busca retorno de longo prazo e acredita na eficiência da empresa privatizada, o FMP pode ser uma boa aposta — especialmente se o papel continuar valorizando e distribuindo dividendos.
⚠️ Para quem não tolera risco, o FMP não é a melhor opção. Ele oscila com o mercado e não tem a proteção do FGTS tradicional.
❌ Para quem espera liquidez, cuidado: o resgate dos FMPs tem regras específicas e pode demorar.
Conclusão: a aposta no FMP está começando a compensar
A tese de privatização da Eletrobras finalmente mostrou força em 2025. O FMP que parecia uma má ideia em 2023, agora é o destaque em rentabilidade no último ano.
Mas lembre-se: investir com o FGTS em ações significa abrir mão da estabilidade em troca de uma chance de valorização. Não existe mágica — apenas riscos que, se bem calculados, podem virar oportunidades.