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Convocação Seleção: A primeira lista de convocados de Ancelotti

Era uma segunda-feira comum, dessas em que o Brasil acorda devendo boleto e esperança, quando do nada, Carlo Ancelotti, ele mesmo — o homem que já treinou mais craques que salão de beleza em bairro nobre — apareceu na CBF como quem trocou o Chianti por uma água de coco e decidiu, com sotaque italiano e sobrancelha arqueada, montar sua primeira Seleção Brasileira.

E que momento! O vestiário da amarelinha, que até ontem era dominado por “motivação” e “resiliência”, agora abriga frases como “vamos respeitar a posse” e “onde está o meu café expresso?”

Na lista de Don Carlo, temos de tudo: Richarlison convocado novamente, provando que o Pombo é, sim, espécie em extinção no ataque brasileiro — mas protegido por decreto técnico. Tem também Beraldo, que vai aprender a gritar “abre, lateral!” em três idiomas diferentes, e até Gerson do Flamengo, que parece estar em toda convocação desde o Império Romano.

Mas calma, a ausência mais sentida: Neymar, o eterno “é agora que vai” da Seleção. Ancelotti conversou com ele, claro, mas deixou o craque de fora. Motivo oficial? Lesão. Motivo real? Talvez o técnico tenha percebido que, num país onde o VAR já é drama suficiente, não dá pra somar Neymar + pressão + Eliminatórias + TikTok.

A lista trouxe ainda um toque de estratégia: Vinicius Junior, exaltado como o novo sol no sistema solar canarinho. Segundo Ancelotti, “vai mostrar sua melhor versão”. E se não mostrar, a gente finge que viu, afinal, melhor fingir otimismo do que enfrentar a realidade de um meio-campo com Casemiro em fase “modo aposentadoria precoce”.

Ah, e os goleiros? Um do Liverpool, um do Al-Nassr, e o Hugo Souza no Corinthians, que deve ter sido convocado pra fazer o grupo lembrar que, mesmo no profissional, ainda dá tempo de se redimir das falhas de 2023.

No fim, a Seleção de Ancelotti parece mesmo um espresso italiano: forte, curto, e se tomado rápido demais, dá uma tremedeira no juízo. Mas o que importa é que, por um instante, esquecemos da cotação do dólar, do preço da gasolina e da fase do Cruzeiro, pra imaginar que talvez, só talvez, agora vai.

Don Carlo chegou. A caneta é dele. A prancheta também. E se ele levar o Brasil pra Copa com essa mistura de Flamengo, Premier League e sotaque europeu, a gente perdoa até o fato de ele achar que “farofa” é o nome de um lateral-direito.

Forza, Brasil. E que Deus nos ajude com esse meio-campo.