Hulk do Galo
Foto: Pedro Souza/Atlético

Crônica: Atlético-MG e o curso intensivo de como transformar vitória em decepção

O roteiro é tão batido que já dava pra vender na Amazon como e-book de autoajuda: “Como começar vencendo por 2 a 0 e, ainda assim, voltar pra casa com cara de quem esqueceu o arroz no fogo”. O Atlético-MG foi até La Paz, enfrentou a temida altitude e, por alguns minutos, parecia que ia dar aula. Dois gols na frente, torcida mineira já ensaiando o “olé” no sofá.

Mas aí veio o Galo versão 2025: aquele que, quando tudo parece sob controle, inventa moda. O Bolívar olhou pro placar, respirou o ar rarefeito e disse: “peraí, esses caras tão cansando sozinhos, vamos aproveitar”. E aproveitaram: dois gols, empate e um recado claro — altitude não perdoa nem quem acha que já ganhou.

O Atlético voltou pro vestiário com o mesmo ar de quem sai de um rodízio e lembra que esqueceu a carteira: pesado, arrependido e com uma conta que ainda precisa pagar no jogo de volta.

Agora a decisão fica pra Arena MRV, onde o Galo vai ter que provar que sabe ser mandante de verdade. Porque, cá entre nós, não dá pra um time que sonha com título internacional se especializar em transformar 2 a 0 em trauma coletivo.

No fim das contas, o empate foi amargo não só pelo resultado, mas pela sensação de déjà-vu: mais uma vez, o Atlético-MG conseguiu complicar um jogo que já estava resolvido. Se continuar assim, o Galo corre o risco de patentear a marca registrada: “vitórias que viram empates com gosto de derrota”.