Enquanto o Atlético-MG tenta reencontrar o bom futebol pós-Campeonato Mineiro, Hulk segue firme e forte… parado. Literalmente. O camisa 7 virou um autêntico goleador estático: de 16 gols marcados em 2025, nove vieram depois do Estadual — e 77,7% nasceram em bola parada.
Ou seja: Hulk hoje é tipo boleto atrasado — só aparece quando você menos quer, mas sempre com data marcada.
O terror das bolas paradas (e só delas)
Hulk virou o bicho-papão de pênaltis, faltas e escanteios. Mas quando a bola rola? Aí complica. No Brasileirão, por exemplo, ainda não fez um mísero gol com a bola em movimento. Nem um golzinho de centroavante preguiçoso, aquele que só empurra pra rede. Nada.
📊 Pós-Mineiro, os gols vieram assim:
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4 de pênalti (Tocantinópolis, Iquique, Mirassol, Bucaramanga)
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2 de falta (Palmeiras)
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1 gol olímpico (Bahia – sim, olímpico! Ele ainda tem isso)
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1 de escanteio (provavelmente sem querer)
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2 com a bola rolando (Maringá e Godoy Cruz, os milagres do ano)
É praticamente o Tiago Leifert da artilharia: só entra em ação quando tudo já tá scriptado.
Hulk e Sampaoli: amor, desconfiança e bola dividida
Essa novela já teve prólogo em 2020. Na época, Hulk estava só se alongando e Sampaoli, dizem as más línguas (e o Keno), já tinha decidido que o camisa 7 não jogaria com ele de jeito nenhum.
– “O Keno falou que ele (Sampaoli) comentou que eu não jogaria com ele”, revelou Hulk, com aquele tom de quem foi bloqueado no WhatsApp sem motivo.
Mas o tempo é um ótimo editor de roteiros. Agora, com Sampaoli de volta e Hulk em modo cobrador de taxas, o argentino resolveu dar moral:
“Ele nos deu vitórias com gols, gera hierarquia em campo, ajuda os jovens…”, elogiou o técnico, como quem descobriu que aquele ex chato virou coach no LinkedIn.
E agora, professor?
Sampaoli foi diplomático e não cravou Hulk como titular:
“Jogo a jogo. Precisamos de jogadores frescos.”
Tradução: “Se ele correr igual corre pra bater pênalti, pode jogar.”
Com um clássico contra o Cruzeiro pela frente (o Galo perdeu o jogo de ida por 2 a 0, vale lembrar), Hulk pode ser a arma secreta… desde que tenha escanteio, falta ou uma queda suspeita na área.
Resumo da ópera mineira:
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Hulk é o artilheiro do time, mas só se a bola parar.
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Na corrida, parece que esqueceu o manual de centroavante.
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Sampaoli promete usá-lo com carinho, mas com moderação — como quem toma Coca no fim de semana.
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O Galo precisa virar um 2 a 0 contra o Cruzeiro e pode depender do bom e velho pênalti maroto.
Se o Atlético for campeão da Copa do Brasil com Hulk marcando só de pênalti, a taça vai ter que vir com a plaquinha: “Patrocinado por bola parada”.

