Preparem as pipocas e liguem os radares políticos, pois um movimento que promete balançar as estruturas da política cearense – e talvez nacional – está em curso. Ciro Gomes, o “Coronel” da política brasileira, conhecido por sua oratória afiada e suas análises (nem sempre) populares, está em tratativas avançadas para um retorno triunfal ao PSDB, partido que ele abandonou há quase três décadas. A informação, que já circula nos corredores de Brasília e foi confirmada pela Jovem Pan, aponta para uma estratégia ambiciosa: lançar Ciro como candidato ao governo do Ceará em 2026.
Após 28 anos de idas e vindas por diversas siglas, o reencontro de Ciro com o ninho tucano, partido pelo qual ele teve uma passagem marcante nos anos 90, não é apenas um capricho do destino. Nos bastidores, as negociações estão sendo meticulosamente orquestradas por ninguém menos que Tasso Jereissati, o cacique tucano cearense e ex-presidente nacional do PSDB. A operação “Resgate Ciro” conta ainda com o apoio de figurões do calibre de Aécio Neves e do atual presidente nacional do partido, Marconi Perillo, mostrando que o PSDB está disposto a mover mundos e fundos para esta jogada.
O PSDB Busca um “Salvador da Pátria” (ou do Ceará)
Para o PSDB, a chegada de Ciro Gomes é vista como a tábua de salvação em um mar revolto. O partido, que recentemente tem mais perdido eleição do que ganhado briga de trânsito, busca desesperadamente uma revitalização. Após derreter eleitoralmente, perder lideranças importantes e até mesmo o comando do seu outrora inabalável bastião em São Paulo, os tucanos veem em Ciro não apenas um nome forte, mas uma oportunidade de resgatar alguma relevância política. A contratação de um novo marqueteiro e a aposta em Ciro são sinais claros de que a sigla está no modo “desespero reestruturação”. A aposta é que o carisma (e o ocasional destempero) de Ciro possa atrair um eleitorado cansado das figuras tradicionais e trazer uma nova dinâmica ao partido.
O PDT e o “Inconveniente” Escândalo do INSS
Mas como em todo bom roteiro político, há um “plot twist”. A possível mudança de Ciro não acontece sem drama. Sua situação no Partido Democrático Trabalhista (PDT), onde ele esteve filiado por cerca de 10 anos, é, para dizer o mínimo, delicada. O PDT está atualmente mergulhado em um escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), uma espécie de nuvem negra que paira sobre a sigla e que, convenientemente, pode ter servido de catalisador para a decisão de Ciro. Coincidência? Ou o velho Ciro mais uma vez farejando o vento e ajustando suas velas?
Analistas políticos, aqueles seres capazes de ver virtudes até em um comício vazio, concordam que a presença de Ciro nas eleições é “positiva” – afinal, ele tem um “diagnóstico preciso dos problemas do Brasil”. O desafio, no entanto, é fazer com que Ciro recupere sua “credibilidade ideológica” (algo que, para ele, é mais volátil que a taxa Selic) e superar o desgaste político. Não só o desgaste pessoal de suas últimas campanhas, mas também o do próprio PSDB, um partido que, para muitos, virou sinônimo de coadjuvante.
Será que Ciro Gomes conseguirá, mais uma vez, se reinventar e liderar o PSDB de volta ao protagonismo no Ceará? Ou será que esta será apenas mais uma das muitas reviravoltas de sua longa e controversa carreira, culminando em mais um divórcio partidário? O relógio eleitoral já começou a tique-taquear e, no Ceará, o tabuleiro político promete emoções fortes em 2026.