botafogo x atlético-mg hoje

Atlético-MG e a arte de complicar o simples

O Atlético-MG descobriu um novo talento: jogar pior quando tem vantagem numérica. Contra o Botafogo, no Nilton Santos, o time de Sampaoli conseguiu a proeza de transformar 45 minutos com um homem a mais em… nada. Absolutamente nada. Resultado: derrota por 1 a 0, mais uma para a coleção do Brasileirão 2025.


O roteiro do desastre anunciado

Primeiro tempo: jogo burocrático, saída de bola engasgada, Hulk isolado na frente e Reinier lembrando que ainda existe ao mandar uma bola na trave. Mas eis que, no último minuto, Chris Ramos é expulso e o Galo ganha o presente que tanto pedia: 45 minutos para, quem sabe, vencer.

Segundo tempo: em dois minutos, o presente virou bomba-relógio. Montoro atropelou Natanael, cruzou e Santiago fez 1 a 0. Pronto. Faltavam 43 minutos de posse de bola estéreo, passes laterais e um “ataque” que parecia treino de dois toques entre veteranos.


Um time com alergia à atitude

O Atlético até teve mais posse. Mas foi aquela posse de quem tem a bola porque o adversário deixou: lenta, previsível, sem brilho. Scarpa entrou para dar criatividade, Arana para dar amplitude, Bernard para dar volume… mas ninguém conseguiu dar, de fato, um gol.

E o detalhe cruel: com 11 contra 11, o Galo parecia mais vivo. Com 11 contra 10, virou um time sem coragem, como se a expulsão tivesse desestabilizado. É como se o Atlético precisasse da dificuldade para jogar. Quando tem vantagem, congela.


O retrato da crise

São sete jogos sem vencer. Sete. Para quem investe pesado, tem elenco estrelado e se vende como candidato a tudo, é um vexame. Hoje, o Galo não briga por título, nem por Libertadores: briga para não flertar demais com o Z-4.

O pior: não há sinais de reação coletiva. Falta velocidade, falta repertório, falta fome. E o discurso de “dois jogos a menos” soa como consolo barato. Na prática, o que sobra é a repetição de um enredo cada vez mais previsível: Atlético-MG domina o papel de protagonista do futebol burocrático.