Cessar-fogo entre Israel e Hamas pode ser assinado no Egito com a presença de Donald Trump, que ainda não confirmou se vai trazer seu spray bronzeador para a cerimônia.
O mundo pode estar caminhando para um cessar-fogo histórico em Gaza, mas a notícia mais surpreendente não é essa. É que Donald Trump foi convidado para participar da assinatura do acordo. Sim, ele mesmo. O homem, o mito, o reality show ambulante.
O convite partiu do presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, que aparentemente resolveu testar os limites da diplomacia internacional. Segundo ele, seria “maravilhoso” contar com a presença de Trump — talvez porque, convenhamos, nada une inimigos históricos como um convidado comum que consegue irritar os dois lados ao mesmo tempo.
“Convido o presidente Trump, caso, se Deus quiser, se um acordo for alcançado…”, disse Sisi, ativando simultaneamente fé, esperança e todos os anjos da guarda do protocolo internacional.
Enquanto isso, Israel já começou a se preparar para a visita, o que provavelmente envolve um mix de reforço de segurança e estoque emergencial de calmantes. Afinal, a última vez que Trump se meteu em negociações de paz, quase anexou a Groenlândia por engano.
Trump, Jared e um reality geopolítico
Ainda que não tenha confirmado presença, Trump está com os dois pés — e o genro — dentro das negociações. Jared Kushner, o eterno estagiário de luxo da Casa Branca, está de volta ao Oriente Médio para servir de conselheiro informal. Porque, claro, se tem alguém que entende de conflito árabe-israelense, é o cara do setor imobiliário que resolveu a pandemia com PowerPoint.
As negociações são mediadas pelo Egito e contam também com o enviado especial americano, Steve Witkoff. Juntos, eles formam uma equipe diplomática que parece saída direto de um spin-off de The Apprentice: Versão Faixa de Gaza.
Cessar-fogo, listas e otimismo (porque sempre tem alguém otimista)
Do lado do Hamas, quem lidera a equipe de negociação é Khalil al-Hayya, sobrevivente de uma tentativa de assassinato por Israel no mês passado — o que já garante emoção suficiente para mais três temporadas de série política na Netflix.
As conversas incluem a troca de 48 reféns (20 vivos e 28 mortos) por prisioneiros palestinos, além da proposta de uma retirada parcial das tropas israelenses. A proposta americana já foi aceita por Israel e parcialmente aceita pelo Hamas — que, por enquanto, está demonstrando uma positividade necessária. Ou seja: ninguém entendeu direito, mas tá todo mundo sorrindo.
A pergunta que não quer calar: Trump vai ou não vai?
Até agora, o presidente dos Estados Unidos não confirmou se vai comparecer pessoalmente à assinatura. Mas, sejamos honestos, Trump perderia mesmo a chance de aparecer em um palco internacional com câmeras, microfones e, de quebra, posar como pacificador mundial?
Difícil imaginar. O mais provável é que ele esteja escolhendo entre uma gravata azul ou uma com bandeiras dos EUA, Israel e Egito estampadas, enquanto ensaia a frase: “Eu sou o único que poderia fazer isso acontecer.” Spoiler: ele não é. Mas quem vai dizer isso olhando na cara dele?
Enquanto isso, no mundo real…
A guerra entre Israel e Hamas já deixou mais de 67 mil mortos palestinos e mais de 900 soldados israelenses, além das 1.200 vítimas do ataque inicial do Hamas. Os números são trágicos, os traumas são profundos e o contexto exige seriedade. O que torna tudo ainda mais surreal com a possível presença de uma figura tão polarizadora quanto Trump no centro da assinatura de um acordo dessa magnitude.
Mas se a paz vier, mesmo que com selfie presidencial e manchete em caixa alta no Truth Social, talvez o mundo aceite a contradição como parte do pacote.
Resumo:
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Trump foi convidado para o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas.
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Assinatura pode acontecer no Egito, com direito a presença do genro Jared Kushner.
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Hamas e Israel trocaram listas de reféns e prisioneiros.
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Negociações seguem com um “espírito de otimismo”, o que é ótimo… até Trump postar algo no X (antigo Twitter).
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A guerra já matou mais de 67 mil palestinos e 900 soldados israelenses.
Conclusão?
Se o acordo acontecer, ótimo. Se Trump aparecer, prepare-se para discursos em terceira pessoa, frases com “tremendo sucesso” e talvez, quem sabe, uma estátua dourada em forma de apertão de mão entre ele e Jared. Porque a paz no Oriente Médio pode até ser difícil, mas o ego trumpista… esse não conhece fronteiras.