No ano passado, Botafogo e Atlético-MG fizeram a final da Libertadores. Emoção, tensão, drama, VAR… tudo digno de um Oscar do futebol sul-americano. Um ano depois, eles se reencontram — mas parece mais um reality show sobre recaídas, reestruturações e recomeços forçados.
O duelo deste sábado no Nilton Santos, pelo Brasileirão, é menos “grande final” e mais “sessão de terapia coletiva”. Um tentando esquecer o que perdeu, o outro tentando lembrar como ganhou.
Atlético-MG: o clube que perdeu a Libertadores, a Copa do Brasil e a paciência
Lembra do Galo empolgado de Milito? Pois é, nem o Galo lembra. A derrota para o Botafogo na final da Liberta, com um jogador a mais o jogo inteiro, foi o estopim de uma sequência de fracassos que incluiria a final da Copa do Brasil e um quase rebaixamento.
O roteiro virou novela mexicana:
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Milito saiu após perder para o Vasco (sim, o Vasco).
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Cuca voltou, foi campeão mineiro, mas caiu após ser atropelado pelo Cruzeiro.
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Sampaoli assumiu e, em 3 jogos, já está testando mais formação que adolescente testando filtros no Instagram.
Agora, o Galo tenta se reconstruir emocional e financeiramente. A derrota para o Botafogo custou dois Mundiais, milhões de dólares e um caminhão de autoestima. Pra piorar, até o Rony tentou rescindir na Justiça por salários atrasados. A SAF segue buscando grana enquanto Sampaoli busca… um time titular.
Botafogo: da lua de mel com a torcida ao divórcio litigioso com a temporada
O Botafogo foi de “Campeão da América e do Brasil” a “Time em reconstrução” em menos de seis meses. É tipo aquele amigo que casa, viaja pras Maldivas e depois volta pra morar de favor com os pais.
Desde janeiro:
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Perdeu o técnico campeão (Artur Jorge fugiu pro Catar),
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Trocou o técnico de novo (Renato Paiva saiu, entrou Davide Ancelotti),
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Reformou o elenco (28 jogadores saíram em 9 meses),
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E não ganhou nada: Supercopa, Recopa, Carioca, Mundial, Copa do Brasil e Liberta foram pro ralo.
John Textor, o presidente com sotaque de filme da Sessão da Tarde, disse que “copas de marketing não importam”. O problema é que agora só restou o Brasileirão, e a torcida já tá xingando o técnico no jogo contra o Mirassol.
Escalações: do álbum de figurinhas ao jogo da memória
🔁 Galo na final da Liberta: Everson, Lyanco, Alonso, Scarpa, Arana, Hulk, Paulinho e companhia.
🔁 Galo hoje: Natanael, Cuello, Rony, Vitor Hugo, uma pitada de Scarpa e uma reza forte.
🔁 Botafogo na final da Liberta: John, Luiz Henrique, Almada, Igor Jesus, e um time arrumadinho.
🔁 Botafogo hoje: Léo Linck no gol, Santi Rodríguez no meio, Chris Ramos no ataque e muita esperança de que o nome “Ancelotti” ainda intimide alguém.
Clássico sem glamour, mas cheio de histórias mal resolvidas
Esse Botafogo x Galo é quase um “vai que cola” do futebol. Um perdeu o brilho, o outro perdeu o rumo. Ambos tentando mostrar que não ficaram abalados pelo passado, mas claramente ainda choram no banho.
Vai ter revanche? Recaída? Gol de bola parada do Hulk? Tudo é possível. A única certeza é que os torcedores já estão preparando os memes e os gifs com taças imaginárias — ou boletos vencidos.
Se o futebol é uma novela, este episódio promete DR, plot twist e talvez um gol de escanteio. Aperte os cintos e desligue a razão: sábado é dia de relembrar que todo final feliz pode virar tragédia em temporada seguinte.