Imagine você, brasileiro, acordando num dia comum, já em ritmo de pão com ovo e fila do ônibus lotado, e recebe a notícia: Trump resolveu lançar uma nova rodada de tarifas contra o Brasil. A velha tática de colocar impostos americanos nos produtos brasileiros como se fosse um reboque de carro em dia de chuva: pesado, irritante e absolutamente inconveniente para todo mundo envolvido.
É mágico — ou trágico — ver como o “tarifaço presidencial” virou método político nos Estados Unidos. Trump, aquele que perdeu a eleição em 2020, retorna com a mesma energia de quem finge que está de férias no Instagram, mas com punho cerrado e vontade de sacanear a economia de quem vende suco de laranja ou minério sem ele saber diferenciar.
O espetáculo é o seguinte: o Brasil produz, exporta, paga trabalhadores, gera emprego — e Trump, sentado lá na Casa Branca, comendo frango frito e dizendo que “é pra proteger o trabalhador americano”, lança tarifas que deixam o produto brasileiro mais caro na sua própria terra… o que atrasaria o frete interestadual se importação fosse gigante. É como colocar trampolim pra cachorro num beco sem saída.
E o motivo? Eleita esquisita de discurso populista: “proteção nacional”. Fantástico argumento de quem tem bolsos cheios de indústria doméstica ligada a lobby milionário. É como se estivéssemos em 2025, mas vivendo um remake mal dirigido de 2017, só que com emojis questionáveis e twittes exageradamente em maiúsculas.
O governo brasileiro, obviamente, protesta. “Isso é injusto”, reclamam os ministros. O empresariado faz careta. O mercado oscila. E o trabalhador brasileiro? Esse continua na rede: nem exporta, nem importa, mas paga a conta nos produtos mais caros e nas contas d’água porque o frete subiu. Simples, direto, cruel.
É bonito ver o diplomata brasileiro tentando explicar que “não somos inimigos” enquanto o tariff dogma dispara mais impostos. É quase poético: a soberania econômica é uma corda bamba atada ao dólar flutuante e ao humor de um ex-presidente que agora atua como maestro do caos tarifário.
Enquanto isso, o brasileiro comum só assiste e balança a cabeça. As notícias chegam com suspiros de fim de feira: fechando portões, reajustando preços, vendo os impostos chegar antes do produto. Afinal, a lógica é eficiente: se você está vendendo pro mundo inteiro, o mundo também pode te punir em dólar. Bem-vindo à globalização ranheta.
Mas vale o consolo: esse ataque não é necessariamente definitivo. Pode ser contornado com negociação, briga na OMC, acordos bilaterais, ou aquele velho truque brasileiro de “fazer um trato que ninguém sabe o que diz”.
Mas, entre nós? O saldo do Trump-tarifaço é uma série que ninguém pediu, mas virou reality de economia. O plot twist: a maioria dos brasileiros nem sabe quem finalizou a Proclamação da República, mas conseguem recitar de cor a tarifa aplicada em aço inox.
E se tudo der errado, sempre tem a saída poética: plantar limão. Porque brasileiro tem criatividade — e sabe que, às vezes, a melhor resposta ao imposto americano é um suco azedo bem brasileiro.