Por Jorginho, repatriado da crônica esportiva árabe
Roger Guedes está voltando. Sim, o atacante de cabelo platinado, chute venenoso e personalidade de novela mexicana está prestes a desembarcar novamente no Brasil — e não é para visitar o Beto Carrero com a família. Segundo Marcio Spimpolo, o homem já tem data, clube e até a camisa separada. E não, torcedor do Corinthians, ela não é alvinegra.
Prepare-se: Roger Guedes pode pintar no Palmeiras para disputar o Super Mundial nos Estados Unidos. É isso mesmo. O craque que deu tchau pro Timão com emojis ambíguos agora pode ser o novo crush de Abel Ferreira. E cá entre nós, se isso se confirmar, tem corintiano que vai precisar de terapia e uns sete dias de silêncio interior.
Mas vamos com calma, porque o roteiro é delicioso: Roger saiu do Corinthians em 2023 rumo ao Al-Rayyan, no Catar. E lá ele virou praticamente o Ronaldo Fenômeno de Doha. Foram 50 gols e 8 assistências em 62 jogos — um número tão absurdo que parece fake até pro Cartola.
Mas o Catar, como todos sabemos, é uma espécie de retiro espiritual remunerado pra boleiros com saudade de grana e baixa cobrança. Lá, o atacante só precisa lidar com zagueiros de 1,60m e goleiros que largaram o futsal ontem. Agora, voltar ao Brasil é outro papo: gramado irregular, juiz caseiro e repórter querendo saber se o casamento tá bem.
E o destino do nosso menino prodígio? O Palmeiras, claro. Clube que ele já defendeu entre 2016 e 2017 e do qual saiu como campeão brasileiro. Mas se tem algo que Roger aprendeu nesses anos de carreira é que fidelidade no futebol brasileiro é igual dieta no churrasco: só funciona na teoria.
Corinthians que lute. Porque sim, é estranho ver um ex-camisa 10, ídolo recente, artilheiro carismático — e ligeiramente ególatra — cogitando vestir o manto do rival. Mas o futebol é isso: um grande plot twist mal roteirizado pela emoção e pelos dólares que pingam no Pix do empresário.
O Super Mundial, essa Copa do Mundo de clubes que ainda ninguém entendeu direito, virou agora o novo objetivo de todo clube grande. E o Palmeiras, que já venceu a Libertadores e joga como quem tem stock options em intensidade, sabe que vai precisar de repertório ofensivo além dos cruzamentos de Piquerez e a marra de Rony.
Roger, com sua capacidade de tirar um coelho do meião e fazer gol de onde não existe ângulo, pode ser esse diferencial. Mas fica o aviso: ele vem com pacote completo. O bom futebol, o chute forte, a marra pós-gol e aquele tempero de polêmica que a imprensa tanto ama.
Enquanto isso, o Corinthians observa tudo do lado de fora, com aquele olhar de quem já foi feliz e não sabia. Porque ver o ex brilhando no rival não é só dolorido, é um teste de autoestima.
E pra quem achava que Roger Guedes era só uma fase, tá aí ele de volta, repaginado, revalorizado e pronto pra viver um novo ciclo na vida afetiva do torcedor palmeirense.
Só resta uma dúvida: será que ele vai fazer o coração da torcida alviverde bater mais forte, ou vai terminar como um daqueles amores de verão que a gente só lembra quando toca “Evidências”?
Vamos aguardar. Porque no Brasil, o futebol sempre tem espaço pra mais um retorno inesperado, um novo começo… e um ex que volta mais sarado do que quando foi.