10 curiosidades sobre o cometa interestelar 3I/ATLAS (e mitos que você precisa esquecer)

10 curiosidades sobre o cometa interestelar 3I/ATLAS


1. Ele não nasceu no nosso Sistema Solar

3I/ATLAS segue uma órbita hiperbolicada, com excentricidade acima de 1, o que mostra que ele não está preso ao Sol e veio de fora do Sistema Solar. Essa trajetória, somada à velocidade muito alta, indica que ele foi ejetado de outro sistema estelar e passou milhões ou bilhões de anos vagando pelo espaço interestelar antes de nos visitar.​


2. “3I” é um sobrenome interestelar

O “3I” do nome significa “terceiro objeto interestelar” oficialmente confirmado pela União Astronômica Internacional, depois de 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov. Já “ATLAS” vem do sistema de telescópios Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System, que faz parte da rede de monitoramento de asteroides e cometas próximos da Terra.​​


3. Descoberto por um sistema de “defesa planetária”

O 3I/ATLAS foi descoberto em julho de 2025 por um telescópio ATLAS no Chile, projeto financiado pela NASA para identificar objetos que possam representar risco de impacto na Terra. Quando os astrônomos rodaram os cálculos de órbita com mais dados, perceberam que ele era rápido demais para ser “só mais um cometa” local, revelando sua origem interestelar.​


4. Ele é um cometa de verdade, não um asteroide disfarçado

Observações em diferentes comprimentos de onda mostram que 3I/ATLAS tem um núcleo gelado que, ao se aproximar do Sol, libera gás e poeira, formando uma coma e cauda típicas de cometas. Espectros obtidos por grandes telescópios revelam moléculas como água e dióxido de carbono, confirmando seu comportamento cometário e afastando a ideia de um “asteroide seco”.​


5. Pode ser um dos cometas mais antigos já vistos

Estudos sugerem que 3I/ATLAS pode ter se formado em uma região antiga da Via Láctea, possivelmente no chamado “disco espesso” da galáxia, com idade estimada em até 11 bilhões de anos. Se isso se confirmar, ele seria um verdadeiro “fóssil cósmico”, preservando condições de uma era em que nem o nosso Sistema Solar existia.​


6. Ele está longe demais para oferecer risco à Terra

Apesar de todo o buzz, os cálculos da NASA e de outros centros mostram que 3I/ATLAS não vai colidir com a Terra nem chegar perto o suficiente para causar qualquer dano. A trajetória passa mais próxima de outros planetas, como Marte e Júpiter, mas ainda em distâncias muito grandes em termos humanos.​


7. A química dele é parecida, mas não igual à dos nossos cometas

Espectroscopia de 3I/ATLAS detectou moléculas comuns em cometas do Sistema Solar, mas em proporções que fogem um pouco dos padrões que os astrônomos estão acostumados a ver. Essas pequenas diferenças químicas indicam que o cometa se formou em um ambiente com composição e temperatura diferentes das regiões onde nasceram os nossos cometas.​


8. Ele está sendo fotografado por uma “coalizão” de telescópios

Imagens e dados de 3I/ATLAS vêm de uma combinação de telescópios em solo, do Hubble, de câmeras em sondas como Lucy e até de instrumentos em Marte. Essa “força‑tarefa” astronômica permite monitorar a evolução da coma, a rotação do objeto e detalhes sutis do seu comportamento que seriam invisíveis de um único ponto de observação.​


9. A velocidade é absurda – e natural

3I/ATLAS cruza o Sistema Solar a uma velocidade da ordem de dezenas de quilômetros por segundo, chegando a mais de 150 mil quilômetros por hora em relação ao Sol. Essa velocidade alta é exatamente o que se espera de um objeto ejetado de outro sistema estelar e que depois ficou “solto” na galáxia, sem ser freado por nada por milhões de anos.​


10. Depois da visita, ele some para sempre

Após passar pelo ponto de maior aproximação do Sol, 3I/ATLAS continuará sua órbita hiperbolicada e deixará o Sistema Solar, voltando ao espaço interestelar. Em termos práticos, esta é a única chance da humanidade de observá‑lo de perto; quando ele desaparecer para além do alcance dos telescópios, levará suas pistas sobre outro sistema estelar junto com ele.​


Mitos e teorias conspiratórias sobre o 3I/ATLAS (e o que a ciência diz)

Aqui você pode emendar como um segundo bloco no mesmo post ou em um post separado de “mitos sobre 3I/ATLAS”.​


Mito 1: “3I/ATLAS é uma nave alienígena”

A ideia de que 3I/ATLAS seja uma nave ou sonda alienígena viralizou em redes sociais, muito impulsionada pelo histórico de discussões em torno de ʻOumuamua. No entanto, até o momento, todos os dados observacionais – química, coma, cauda, comportamento dinâmico – apontam para um cometa natural, sem qualquer sinal de estrutura artificial, propulsão ou emissão tecnológica.​​


Mito 2: “Ele está mudando de direção de forma inteligente”

Variações sutis na trajetória de 3I/ATLAS têm sido detectadas, mas isso é esperado em cometas, pois o jato de gás e poeira que sai do núcleo funciona como pequenos “foguetes” naturais, gerando acelerações não puramente gravitacionais. As correções de órbita feitas pelos astrônomos levam esses efeitos em conta e continuam compatíveis com um comportamento 100% natural.​


Mito 3: “A NASA está escondendo a verdade sobre o risco do cometa”

Documentos públicos, páginas oficiais e conferências de imprensa de agências espaciais mostram claramente a trajetória calculada, que não inclui uma rota de colisão com a Terra. As atualizações de imagens e dados são divulgadas em sites oficiais, inclusive com galerias abertas ao público, algo incompatível com a ideia de “tapar o Sol com a peneira” sobre um risco iminente.​


Mito 4: “A química diferente prova que é tecnologia alienígena”

As diferenças químicas de 3I/ATLAS em relação a cometas locais são justamente o que se espera de um corpo formado em outro sistema estelar, com outra história química, e não uma assinatura de engenharia avançada. Observações mostram que, embora algumas razões de elementos e moléculas sejam incomuns, elas continuam totalmente compatíveis com processos naturais de formação de cometas em ambientes diferentes.​


Mito 5: “Interesse demais = algo está sendo escondido”

O grande interesse de cientistas e telescópios no 3I/ATLAS se deve ao fato de ele ser um laboratório natural único, trazendo material de outro sistema estelar até a nossa porta, o que é raríssimo. Quanto mais instrumentos apontados para ele, mais evidências públicas se acumulam – e isso, na prática, torna mais difícil sustentar qualquer narrativa de segredo ou conspiração.​